A expressão coronelismo surgiu como denominação dada aos fazendeiros que compunham a Guarda Nacional, no período imperial. Durante a República Velha, o termo estendeu-se aos grandes fazendeiros que controlavam a política local no mundo rural brasileiro, dominado pelo latifúndio, num universo próprio, interiorano, bem afastado das grandes cidades.
Na verdade, o coronel era a personificação mais acabada do poder privado no Brasil. Os moradores eram-lhe inteiramente obedientes, poucos ousando desafiar-lhe a autoridade ou disputar-lhe o mando, a não ser que por perto um outro coronel o desafiasse. Praticamente ninguém ao redor dele era instruído, sendo comum entre os considerados alfabetizados apenas saberem desenhar o nome no papel, o suficiente para que se tornassem eleitores fiéis dos candidatos propostos pelo coronel. Qualquer pessoa que se negasse a votar no candidato indicado pelo coronel era vítima de violência física ou perseguição pessoal. Essa medida garantia que os mesmos grupos políticos se consolidassem no poder. Com isso, os processos eleitorais no início da era republicana eram sinônimos de corrupção e conflito. Os hábitos políticos dessa época como a chamada “política dos governadores” e a política do “café-com-leite” só poderiam ser possíveis por meio da ação coronelista.
O controle do processo eleitoral por meio de tais práticas ficou conhecido como “voto de cabresto”. Observe-se que a não existência do voto secreto (adotado após a Revolução de 1930), facilitava o controle sobre o eleitor, aumentando-lhe o constrangimento. A fraude, portanto, imperava na época da República Velha. O coronelismo podia contar com a adoção de métodos coercitivos, ameaçadores, e até criminosos. O coronel geralmente contava com o pistoleiro contratado para atuar a seu serviço, ou um grupo de jagunços dedicados ao ofício das armas que serviam-lhe como um pequeno exército particular, vivendo à sombra da sua autoridade. Simultaneamente utilizam-se da máquina do poder e da boa fé dos cidadãos para garantir à população residente em seu domínio eleitoral uma educação básica de péssima qualidade, não permitindo a esse povo perceber o seu estado de absoluta alienação. Arrumar emprego, conduzir os filhos dos caboclos para o batismo, doar remédios e cachaça, eram formas de trocar favores por voto. Por não perceberem essa manipulação, os "coronéis" eram vistos pelos eleitores como os "bons homens", "aqueles que fazem tudo por nós".
Após 1930, o coronelismo perdeu espaço com a modernização dos centros urbanos e a ascensão de novos grupos sociais. Apesar do desaparecimento dos coronéis, podemos constatar que algumas de suas práticas se fazem presentes na cultura política do nosso país. Essa política de apadrinhamento e coronelismo decorre até os dias de hoje principalmente nas cidades do interior onde a população é mais pobre e carente, tornando-se mais facilmente manipulada. A troca de favores entre chefes de partido e a compra de votos são dois claros exemplos de como o poder econômico e político ainda impedem a consolidação de princípios morais definidos nos processos eleitorais e na ação dos nossos representantes políticos.
Na verdade, o coronel era a personificação mais acabada do poder privado no Brasil. Os moradores eram-lhe inteiramente obedientes, poucos ousando desafiar-lhe a autoridade ou disputar-lhe o mando, a não ser que por perto um outro coronel o desafiasse. Praticamente ninguém ao redor dele era instruído, sendo comum entre os considerados alfabetizados apenas saberem desenhar o nome no papel, o suficiente para que se tornassem eleitores fiéis dos candidatos propostos pelo coronel. Qualquer pessoa que se negasse a votar no candidato indicado pelo coronel era vítima de violência física ou perseguição pessoal. Essa medida garantia que os mesmos grupos políticos se consolidassem no poder. Com isso, os processos eleitorais no início da era republicana eram sinônimos de corrupção e conflito. Os hábitos políticos dessa época como a chamada “política dos governadores” e a política do “café-com-leite” só poderiam ser possíveis por meio da ação coronelista.
O controle do processo eleitoral por meio de tais práticas ficou conhecido como “voto de cabresto”. Observe-se que a não existência do voto secreto (adotado após a Revolução de 1930), facilitava o controle sobre o eleitor, aumentando-lhe o constrangimento. A fraude, portanto, imperava na época da República Velha. O coronelismo podia contar com a adoção de métodos coercitivos, ameaçadores, e até criminosos. O coronel geralmente contava com o pistoleiro contratado para atuar a seu serviço, ou um grupo de jagunços dedicados ao ofício das armas que serviam-lhe como um pequeno exército particular, vivendo à sombra da sua autoridade. Simultaneamente utilizam-se da máquina do poder e da boa fé dos cidadãos para garantir à população residente em seu domínio eleitoral uma educação básica de péssima qualidade, não permitindo a esse povo perceber o seu estado de absoluta alienação. Arrumar emprego, conduzir os filhos dos caboclos para o batismo, doar remédios e cachaça, eram formas de trocar favores por voto. Por não perceberem essa manipulação, os "coronéis" eram vistos pelos eleitores como os "bons homens", "aqueles que fazem tudo por nós".
Após 1930, o coronelismo perdeu espaço com a modernização dos centros urbanos e a ascensão de novos grupos sociais. Apesar do desaparecimento dos coronéis, podemos constatar que algumas de suas práticas se fazem presentes na cultura política do nosso país. Essa política de apadrinhamento e coronelismo decorre até os dias de hoje principalmente nas cidades do interior onde a população é mais pobre e carente, tornando-se mais facilmente manipulada. A troca de favores entre chefes de partido e a compra de votos são dois claros exemplos de como o poder econômico e político ainda impedem a consolidação de princípios morais definidos nos processos eleitorais e na ação dos nossos representantes políticos.
Estudar esse texto para a prova!!
1 comentários:
Adorei o blog! Ajudou muito, gracias!
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