Sugiro então a leitura do artigo do professor Ricardo Barros Sayeg que explica, de forma bem didática a também chamada "Guerra Paulista".
OS 80 ANOS DA REVOLUÇÃO PAULISTA
Ricardo Barros Sayeg
Em
23 de maio de 1932, estudantes reuniram-se na região central de São Paulo com o
objetivo de se manifestarem contra o governo de Getúlio Vargas. Naquela data, quatro
deles foram mortos pelas forças leais ao presidente da República. Isso causou
enorme comoção popular. Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, os MMDC,
tornaram-se símbolos da Revolução que eclodiria em seguida, a Revolução
Constitucionalista de 1932.
Todos
os anos, aqueles que ainda estão vivos e participam desse glorioso
acontecimento da história paulista e do Brasil, marcham em frente ao Obelisco
do parque do Ibirapuera, em São Paulo, rememorando os acontecimentos. No
Obelisco, encontram-se os restos mortais dos militares e civis que participaram
da Revolução. É um monumento àqueles que tombaram naquele interessante episódio
da história nacional.
Em
9 de julho de 1932, inicia-se a rebelião armada contra o governo de Getúlio
Vargas, que havia se instalado em 1930, prometendo eleições diretas para o
cargo de presidente da República, mas até 1932 não havia convocado o pleito. A
população paulista se mobiliza. Milhares de pessoas de todas as classes sociais
se unem para ajudar financeiramente a Revolução doando ouro e joias para o
movimento. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) organiza
as empresas paulistas a fim de fabricar armamento militar. Organizações da
sociedade civil também participam da Revolução, fornecendo alimentos e fardas
para os contingentes militares.
Um
grande número de civis ingressa espontaneamente no movimento e o corpo de
infantaria é transferido para três grandes frentes de batalha, no limite de São
Paulo com os estados do Paraná, Minas Gerais e também no Vale do Paraíba,
próximo à fronteira com o Rio de Janeiro.
Isidoro
Dias Lopes, Bertoldo Klinger e Euclydes Figueiredo, principais líderes do
movimento, sabiam da superioridade das tropas ligadas a Vargas. Minas Gerais e
Rio Grande do Sul prometeram ajuda, mas o apoio não chegou a tempo. Exauridas e
cercadas por todos os lados, as tropas paulistas anunciaram sua rendição em 3
de outubro de 1932.
A
Revolução Paulista de 1932 tem, pelo menos, duas interpretações: era uma
revolta legítima pela convocação de uma constituição para o Brasil ou era a tentativa
dos paulistas retornarem ao poder do qual haviam sido tirados pelo próprio
Getúlio Vargas com a Revolução de 1930. Entretanto, isso não tira o mérito da
Revolução, nem sua importância histórica.
Seja
como for, os paulistas que, no século XVII, foram responsáveis pela expansão do
Brasil graças ao movimento bandeirante, provavam mais uma vez sua coragem e
determinação no sentido de enfrentar um governo que só aprovaria uma
constituição para o país em 1934 e, três anos depois, instalaria, como previam
os paulistas, uma ditadura no Brasil.
1 comentários:
Amei esse blog! Estou estudando para passar no vestibular, vou prestar UEM no final do ano, estava procurando História do Paraná e achei seu blog!!! Parabéns! E obrigada também! Me ajudou muito! Beijos!
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