sexta-feira, 6 de julho de 2012
Um dica para o vestibular da UEM: a Revolução Constitucionalista de 1932, completa 80 anos na segunda-feira, dia 9 de julho. Será feriado em São Paulo onde haverá desfiles e exposições de fuzis, granadas, capacetes e metralhadoras utilizadas nos combates travados entre os 85 mil homens de Getúlio Vargas e  os 35 mil voluntários paulistas que decidiram lutar contra o autoritarismo do presidente.
Sugiro então a leitura do artigo do professor Ricardo Barros Sayeg que explica, de forma bem didática a também chamada "Guerra Paulista".

OS 80 ANOS DA REVOLUÇÃO PAULISTA
Ricardo Barros Sayeg

Em 23 de maio de 1932, estudantes reuniram-se na região central de São Paulo com o objetivo de se manifestarem contra o governo de Getúlio Vargas. Naquela data, quatro deles foram mortos pelas forças leais ao presidente da República. Isso causou enorme comoção popular. Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, os MMDC, tornaram-se símbolos da Revolução que eclodiria em seguida, a Revolução Constitucionalista de 1932.

Todos os anos, aqueles que ainda estão vivos e participam desse glorioso acontecimento da história paulista e do Brasil, marcham em frente ao Obelisco do parque do Ibirapuera, em São Paulo, rememorando os acontecimentos. No Obelisco, encontram-se os restos mortais dos militares e civis que participaram da Revolução. É um monumento àqueles que tombaram naquele interessante episódio da história nacional.

Em 9 de julho de 1932, inicia-se a rebelião armada contra o governo de Getúlio Vargas, que havia se instalado em 1930, prometendo eleições diretas para o cargo de presidente da República, mas até 1932 não havia convocado o pleito. A população paulista se mobiliza. Milhares de pessoas de todas as classes sociais se unem para ajudar financeiramente a Revolução doando ouro e joias para o movimento. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) organiza as empresas paulistas a fim de fabricar armamento militar. Organizações da sociedade civil também participam da Revolução, fornecendo alimentos e fardas para os contingentes militares.

Um grande número de civis ingressa espontaneamente no movimento e o corpo de infantaria é transferido para três grandes frentes de batalha, no limite de São Paulo com os estados do Paraná, Minas Gerais e também no Vale do Paraíba, próximo à fronteira com o Rio de Janeiro.

Isidoro Dias Lopes, Bertoldo Klinger e Euclydes Figueiredo, principais líderes do movimento, sabiam da superioridade das tropas ligadas a Vargas. Minas Gerais e Rio Grande do Sul prometeram ajuda, mas o apoio não chegou a tempo. Exauridas e cercadas por todos os lados, as tropas paulistas anunciaram sua rendição em 3 de outubro de 1932.

A Revolução Paulista de 1932 tem, pelo menos, duas interpretações: era uma revolta legítima pela convocação de uma constituição para o Brasil ou era a tentativa dos paulistas retornarem ao poder do qual haviam sido tirados pelo próprio Getúlio Vargas com a Revolução de 1930. Entretanto, isso não tira o mérito da Revolução, nem sua importância histórica.

Seja como for, os paulistas que, no século XVII, foram responsáveis pela expansão do Brasil graças ao movimento bandeirante, provavam mais uma vez sua coragem e determinação no sentido de enfrentar um governo que só aprovaria uma constituição para o país em 1934 e, três anos depois, instalaria, como previam os paulistas, uma ditadura no Brasil. 


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